terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Crônica 88 - Entre bochechas rosadas e línguas de fora


Não sei se comentei. Mas, agora há no meu café um espaço dedicado aos cachorros. Fica do lado de fora do café. Assim, além de se sentar à mesa com seu pet, o cliente também pode sentar em uma das poltronas espalhadas sobre um amplo gramado e deixar seu bichinho solto. E é claro eu também sou servido lá. Até porque, é um espaço aberto onde fumar é permitido. Faço o maior sucesso. Eu e o cigarro somos amigos de longa data, vocês sabem, né?

Nesse dia, eu estava lá tranquilo. Fui convidado por uma grande amiga. Frequentadora antiga. O cãozinho dela é um pouco hiperativo. Já me derrubou algumas vezes com o seu agitado rabinho. Mas é um fofo. Parece de pelúcia.

Estávamos lá, sossegados, quando de repente entra um bebê. Tinha pouco mais de 2 anos. Ele vinha segurando no dedo da mãe. Um pouco cambaleante pela inexperiência em andar. Muito risonho. Dava aquelas risadas que só os bebês têm. Na sua camiseta lia-se: "Eu amo meu cachorro e o seu também".

Houve uma aproximação delicada. O cão e o bebê tinham mais ou menos a mesma altura. O que encantou ainda mais a criança. Fiquei com medo. Sabe como é criança. Pra fazer carinho elas batem. Puxam o rabo. A orelha. Mas nem a mãe, nem a dona estavam preocupadas.

E foi incrível. Foi tanto rabo. Tanta mão. Tanta lambida. Tanto beijo. Já não se distinguia mais quem era a criança e quem era o cachorro. Rolaram no chão até ficarem exaustos. Deitaram ali mesmo. Na grama. Deitaram com cumplicidade.

Cada um com a cabeça para um lado. Mantiveram patinhas e pezinhos encostados. A mãe e a dona tiraram fotos e mais fotos. Um com bochechinhas rosadas. O outro de língua de fora. Os dois igualmente felizes e... Cansados.

Mariana Primi Haas - MTB 47229                                                                                                                                        
 Dez2013