Ando reflexivo. E quanto mais vejo ou leio jornal, mais reflexivo me torno. Costumo me perguntar se a violência física ou moral, seja ela qual for, aumenta a cada dia ou se cada vez mais a mídia se preocupa em mostrá-la.
Será que assassinatos passionais não aconteceram sempre? Será que pedófilos não estiveram sempre presentes? E o mesmo vale para estupradores, assassinos, traficantes... Será que toda essa desgraça exposta hoje, não esteve sempre entre nós?
Digo isso porque dia desses sentou uma moça em uma de minhas mesas para apreciar o calor de minha companhia. Junto a ela uma senhora. Conversaram bastante. Sobre tudo que se possa imaginar. De repente, a conversa voltou-se para os acontecimentos atuais.
- Você viu que escândalo horrível com aquele jogador!
- Não. Que jogador?
- Não sei bem o nome, nem em que time joga... Mas parece que matou a mulher!
- É? Por quê?
- Não entendi direito... Mas que matou, matou!
- Esse mundo tá perdido! Cada dia que passa aumenta a desgraça. Parece que as pessoas perderam a cabeça...
E então, me perguntei se a maldade aumenta a cada dia ou se a mídia televisiva apenas descobriu que falar sobre acontecimentos ruins gera mais polêmica do que trazer à tona coisas boas e, também, rotineiras.
Por exemplo, quando acontece um acidente no trânsito. Poder-se-ia enfocar na vida que não se perdeu, ao invés de colocar todas as atenções no sangue que escorre do rosto do coitado do pedestre.
Sabe, quando ainda estou na cozinha sendo preparado, costumo acompanhar alguns jornais que passam por volta das seis horas da tarde. É um horror. Gente morrendo. Sendo assassinada. Estuprada. De repente, aparece um cachorro que consegue se salvar no meio da enchente. Qual o destaque dado a esse fato? Nenhum. Voltasse imediatamente aos pedófilos.
É esse o ponto. Eu, como um cafezinho atento, acompanho alguns telejornais. Mas, quando olho para a quantidade de informações negativas apresentadas ali... Me canso.
A “informação” pode se tornar uma desinformação e a comunicação talvez esteja “des” comunicando. Não digo que não seja importante saber o que acontece no mundo. Inclusive as notícias ruins. Contudo é preciso analisar qual o limite.
É preciso não se tornar um viciado em desgraça. Assim, o mundo poderá ser compreendido e abraçado e vocês, seres humanos, terão domínio do que sabem. Saberão informações boas e ruins com equilíbrio. Poderão abrir a página de um jornal segunda-feira de manhã e saber que algo de positivo aconteceu! Seria interessante. Evitaria a fadiga, como diz um de meus freqüentadores.
Mariana Primi Haas - MTB 47229
Abril/2009
Será que assassinatos passionais não aconteceram sempre? Será que pedófilos não estiveram sempre presentes? E o mesmo vale para estupradores, assassinos, traficantes... Será que toda essa desgraça exposta hoje, não esteve sempre entre nós?
Digo isso porque dia desses sentou uma moça em uma de minhas mesas para apreciar o calor de minha companhia. Junto a ela uma senhora. Conversaram bastante. Sobre tudo que se possa imaginar. De repente, a conversa voltou-se para os acontecimentos atuais.
- Você viu que escândalo horrível com aquele jogador!
- Não. Que jogador?
- Não sei bem o nome, nem em que time joga... Mas parece que matou a mulher!
- É? Por quê?
- Não entendi direito... Mas que matou, matou!
- Esse mundo tá perdido! Cada dia que passa aumenta a desgraça. Parece que as pessoas perderam a cabeça...
E então, me perguntei se a maldade aumenta a cada dia ou se a mídia televisiva apenas descobriu que falar sobre acontecimentos ruins gera mais polêmica do que trazer à tona coisas boas e, também, rotineiras.
Por exemplo, quando acontece um acidente no trânsito. Poder-se-ia enfocar na vida que não se perdeu, ao invés de colocar todas as atenções no sangue que escorre do rosto do coitado do pedestre.
Sabe, quando ainda estou na cozinha sendo preparado, costumo acompanhar alguns jornais que passam por volta das seis horas da tarde. É um horror. Gente morrendo. Sendo assassinada. Estuprada. De repente, aparece um cachorro que consegue se salvar no meio da enchente. Qual o destaque dado a esse fato? Nenhum. Voltasse imediatamente aos pedófilos.
É esse o ponto. Eu, como um cafezinho atento, acompanho alguns telejornais. Mas, quando olho para a quantidade de informações negativas apresentadas ali... Me canso.
A “informação” pode se tornar uma desinformação e a comunicação talvez esteja “des” comunicando. Não digo que não seja importante saber o que acontece no mundo. Inclusive as notícias ruins. Contudo é preciso analisar qual o limite.
É preciso não se tornar um viciado em desgraça. Assim, o mundo poderá ser compreendido e abraçado e vocês, seres humanos, terão domínio do que sabem. Saberão informações boas e ruins com equilíbrio. Poderão abrir a página de um jornal segunda-feira de manhã e saber que algo de positivo aconteceu! Seria interessante. Evitaria a fadiga, como diz um de meus freqüentadores.
Mariana Primi Haas - MTB 47229
Abril/2009
9 comentários:
Equilíbrio sempre. Tem razão.
Ao ler um jornal,selecionar conteúdos é inteligente, faz bem à saúde.
Pode-se ir das crônicas: poéticas, humorísticas, reflexivas. Para as informações financeiras. Depois para o que se passa na cidade, para os esportes. Temas como o turismo, agenda cultural, música,
e relatos de histórias de superação. Revelam os "heróis anônimos".
As guerras, a violência, o "lixo da vida" precisa ser RECICLADO, educado para se tornar ÚTIL.
Beijo
Oi Mariana.Muito boa sua obsevação.Como sempre o cafézinho esta presente.Tudo isto é consequência de falta de educação e cultura de um país tão carente de tudo que seria normal.Todas notícias que provocão emoções,boas ou ruins são mais observadas por nós,já o cotidiano normal não aparece,pois os valores estão invertidos.
Beijos mil.F.Rubano.
Não assisto tv, não me contamino com notícias, muito pertinente seu texto. Muito bom!
Um beijo de luz.
Bad news... good news... fazem parte da vida cotidiana, porém um pouco de silêncio, de ausência, de não estar por dentro, faz um bem!
Olá, Mariana! Sua reflexão é bem verdadeira. Ás vezes o jornalismo investe num sensacionalismo exarcebado. Alguns programas são PHD nisso... hard news!!! Parabéns pelo texto!
Oi, Mari
adoro passar aqui pra ler seus ótimos textos...ainda bem que gostamos de escrever crônicas..porque eu morreria de forme de se tivesse que cobrir só desgraça.
beijocas e até quarta
Infelizmente desgraça dá ibope, e enquanto as pessoas escolherem sempre telejornais sensacionalistas com foco na desgraça vamos ver cada vez mais isso na tv....cabe a quem assiste escolher programas de qualidade, que estão virando raridade na televisão aberta
HOJE, 14 DE ABRIL É O DIA INTERNACIONAL DO CAFÉ
Mari,
Concordo com a sua história. As pessoas não melhoram, não se tornam mais resposáveis, mais precavidas, apenas com notícias ruins. Estas, na verdade, inibem ainda mais o ser humano, a cada dia mais inseguro de sair de sua própria casa! O foco está errado, tem que mudar: são as notícias boas e inteligentes que constroem uma sociedade mais sólida e boa de se viver.
Miniu
Postar um comentário