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terça-feira, 3 de junho de 2014
sexta-feira, 30 de maio de 2014
quarta-feira, 28 de maio de 2014
Crônica 93: Estranhezas e normalidades. Serão mesmo antônimos?
Hoje estou aqui para falar um pouquinho de mim. O seu
cafezinho. Conheço muitos de vocês. Muitos de meus amigos e frequentadores.
Confesso que não gosto de todos. Alguns apenas aturo. Outros me incomodam profundamente.
Resolvi abrir para vocês de que gosto eu gosto.
Não gosto de pessoas 24 horas felizes. Aquelas para as quais, independente do dia, do tempo, da crise no mundo, do
excesso de trabalho, estão sempre felizes. Estampam um sorriso radiante no rosto,
com energia capaz de iluminar 20 campos de futebol ao mesmo tempo
(característica essa que em época de Copa do Mundo pode até ser muito útil).
Este tipo me irrita. Vamos esquecer os conceitos cultivados pela nossa
sociedade. Há uma busca pela felicidade eterna.
A qualquer custo, a qualquer preço. No entanto, há inconsistência nesse
comportamento. Soa falso e o é.
Pessoas devem ter qualquer coisa de triste. Qualquer
coisa de escondido. Um mau humor ao
acordar. Um sono na hora do almoço. Gosto de pessoas com algo que indique um
problema passado. Questões familiares a serem resolvidas. Gosto de quem briga
com o marido. Com os filhos. Uma ponta de arrogância e antipatia. Pessoas
precisam manter um segredo. Precisam cultivar um certo mistério. Uma mancha na
roupa. Uma camisa mal passada. Uma olheira vez por outra.
Gosto daqueles que de vez em quando erram na roupa.
Saem de casa sem pentear o cabelo. Dão um fora ou outro. E que, de repente, quando menos se espera, dizem: “não estou bem
hoje. Não fala comigo”. Pessoas que, vez por outra, derrapam e descontam em
seus amigos uma raivinha que nada tem a ver com eles. Gente que cai na rua e ri
de si mesma. Gente que quebra um salto na hora do almoço. Gente que é grossa de
vez em quando. Gente que derruba o café
e faz sujeira. Que quebra um copo. Que erra nomes. Que sae de casa sem
maquiagem. Que assumem seus óculos e suas manias. Gosto de pessoas que vão mais
às livrarias do que às boutiques. Que são
fúteis às vezes. Que erram. Que puxam assuntos inadequados.
Ações impensadas. Gestos sem propósito. Devem
acontecer. Já dizia o poeta que a beleza é fundamental. Pode ser. Mas, para
mim, para que se torne bonito é preciso que tenha um nariz grande. Uma ruga
marcada. Talvez uma barba por fazer. Gosto de quem não lê sempre sobre política
ou assuntos cabeça. Gosto de quem se arrisca em filminho romântico de vez em
quando. Gosto de quem se permite chorar no meio da rua. Faz escândalo. Aquele
tipo de gente que tem ataque de riso e corre pro banheiro. Enfim. Gente que tem
qualquer coisa de diferente. Que erra e acerta. Gosto dos interessantes e dos
interessados.
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Mais um texto desse cafezinho observador no Jornalirismo!
"Fantasias.Sonhos. Imagens"
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sexta-feira, 23 de maio de 2014
Porque hoje é sexta-feira! Visite esse seu amigo e tome aquele cafe relaxante depois do trabalho!
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segunda-feira, 21 de abril de 2014
Crônica 92: Fantasias. Sonhos. Imagens.
Estávamos ali. Como sempre. De repente, ela começou a observar seu
rosto no reflexo do vidro à sua frente. E, por mais inusitado que pareça,
admirou sua imagem. Enquanto me bebericava. Lentamente. Pensando no que via. Era uma mulher arrumada.
Talvez o cabelo pudesse estar mais ajeitado. Mas ninguém pode estar perfeito
todos os dias. Desculpou-se pelo desleixo. Distraiu-se. Retirou o jornal de
cima da mesa e continuou lendo. Mas, foi por pouco tempo.
Sem mais, pegou a si mesma num flagra. Olhou-se no espelho
lateral. Viu sua imagem. A minha e do jornal. Pensou: que cena interessante.
Luz adequada. Parecia uma fotografia enquadrada. Daquelas que quando vemos
pensamos: o que estaria acontecendo naquele momento? Quem é aquela pessoa? No
que ela estaria pensando?
Parou novamente. Quem é aquela mulher? Não sabia responder.
Começou a imaginar possibilidades para ela mesma. E, sem mais, sua imaginação
se mesclou à sua realidade. Sim. Histórias quede tão fantasiosas, pareciam ter
saído de um livro de Cortázar. Mas eram reais. E seu protagonista era ela. Não
aquela do espelho. Era ela. A que estava sentada comigo.
Fez mais um intervalo. Olhou ao longe. Tomou uma xícara inteira do
seu cafezinho favorito. Eu. E voltou a analisar-se. Que interesses tem essa
mulher do espelho? Por que ela está sozinha numa quarta-feira à noite? Apenas
acompanhada por seu fiel escudeiro, o Cafezinho... E assustou-se com as suas
respostas. Ela não sabia quais os seus interesses. Não sabia por queestava ali,
sozinha. Afinal, nunca fora uma paladina da solidão. Não enquanto necessidade
básica.
Percebeu que lia o jornal sem se aprofundar em tema algum. Apenas
lia. Em alguns momentos sorria. Em outros se indignava. Mas nada daquilo a
tocava. Ela queria muito. O que por vezes pode ser bastante problemático. E foi
ali. Juntinho de mim. Que descobriu quem era e o que desejava para o seu
futuro. E descobriu que apenas não sabia como fazer. Como colocar seus planos
em prática. Foi naquele instante que teve o maior encontro que poderia ter.
Consigo. Imagem. Corpo. E alma. Puderam se juntar novamente em um único ser. E
agora ela correria. Muito. E faria acontecer tudo que sempre sonhou. Apenas não
tinha tido coragem de sonhar.
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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014
Crônica 91: 1000 a Zero para a Abelha
E
o mundo por mais urbanizado que seja, continua sendo o mesmo mundo de sempre.
Bichos e plantas fazem parte do cenário mesmo nas maiores metrópoles. Não tanto
quanto gostaríamos, é verdade, mas ainda fazem parte. E são os mais variados. A
começar pelos mais fofinhos e adestrados. Cães. Gatos. Passando por animais
selvagens como araras. Tartarugas. Papagaios. E, por fim, os mais nojentos. Temerosos
e evitados. Ratos. Baratas.
Estávamos
sentados em uma das mesas. Era cedinho. Aquele calor pavoroso ainda não se
apresentava. Ela estava arrumada. Salto alto. Maquiagem. Bolsa. Pasta. Jornal
nas mãos. Eu estava expresso. Forte. Com espuminha. E, o mais importante, doce.
Era
apenas mais um início de dia. Essa minha amiga é daquele tipo fiel. Vem todos
sempre. Ela gosta de começar o dia comigo. Já a ouvi comentar: “sem o meu
cafezinho, meu dia não começa”. Ai, fiquei super. Hiper. Ultra feliz. Ainda
mais em épocas com esta em que estou parcialmente abandonado.
Voltando
ao assunto. Em determinado momento, ela colocou o jornal sobre a mesa.
Levantou-se devagar. Ajeitou a roupa e seguiu até o toilete. Eu fiquei por ali mesmo. Esperando. Como de costume. De
repente, vi um daqueles bichos que a gente evita vindo direto para cima de mim.
Sim. Uma abelha. E eu ali. Sem poder fazer nada.
E,
puft. Ela caiu pra dentro. Nadou. Mergulhou. Ficou toda lambuzada de mim. Foi
até lá o fundo. E... Encontrou... O Sr. Açúcar. Nesse momento, minha amiga
querida voltou. Aparentemente estava tudo normal, já que a abelha estava
camuflada no meu líquido escuro. Ela não viu. Sentou. E deu um gole em mim.
Chegamos
à parte estranha da história. A abelha, num esforço “sobrehumano”, pulou do
fundo da xícara. Passou pelo líquido quente. Entrou na boca da minha amiga.
E... é isso mesmo. Picou a parte interna do seu lábio superior. Minha amiga.
Uma das poucas que têm me visitado nesse verão. Saiu de lá com a boca inchada.
Dolorida. Com um ferrão nos lábios. Que coisa...
Por
sorte ela não ficou com raiva de mim. Continua vindo me ver todos os dias pela
manhã. Ainda está com a boca bastante inchada. Mas, reparei que ela adquiriu um
novo hábito: checar a xícara com a colherzinha, sempre, antes de bebericar meu
conteúdo... Vai que...
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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014
Crônica 90: Esperando o Outono Chegar!
Sabe, sou um café.
Brasileiríssimo de origem. Sei que sou muito querido no meu país. E tenho o
hábito de transformar momentos difíceis em fáceis. Procuro ver o lado
interessante das coisas. Gosto, até mesmo, daqueles clientes mais chatos e
arrogantes. Consigo conviver até com os adeptos do café descafeinado...
Arrrrg... Uma contradição por si só, não?
Mas preciso confessar que
ando bastante descontente nestes últimos meses. Alguém sabe o porquê? Eu
explico. Minha casa anda cheia de gente. Crianças, jovens, cachorros, adultos,
velhos. E eu só vejo e acompanho todos de longe. Muito longe. Não posso ouvir
suas histórias. E, consequentemente, estou há muito tempo longe dos meus
queridos amigos.
Isso dói, sabe? Às vezes
eles pensam em pedir um drink gelado de café. Aí eu me animo todo. Mas,
invariavelmente, desistem e optam por algo mais fresco. Um suco. Uma cerveja.
Água. Estou perdendo espaço para a água!
Dia desses, estava eu lá,
entediado. No meu balcão. Eu e minhas colegas xícaras. Tristonhos.
Conversávamos apenas sobre futilidades. O tempo. Uma notícia ou outra na tv. O
calor (claro). A falta de chuva. Conversinha mais chata, "sô"!
Bom, sentaram-se dois
amigos. Uma moça e um rapaz. Os dois com um gosto um pouco duvidoso para se
vestir. Ela usava roupa curta demais. Justa demais. E ele, uma bermuda que
deixa a b... de fora e cobre apenas metade da perna. Toda desleixada. Um
negócio horroroso. Mas meu amigo, mesmo que mal trajado, estava querendo minha
companhia.
Euzinho, lá do balcão, me
empolguei todo. Já avisei as meninas. "Opa! vamos dar uma voltinha pelo
salão". "uhuuuuu" – gritaram em uníssono. No entanto, no momento
em que o rapaz falava com o garçom, sua amiga "piriguete" disse:
"Ai credo! Vai tomar café nesse calor? Não acredito!". O garçom, sem
saber bem o que fazer, sugeriu uma das opções de drink gelado. Mas a mocinha...
"Não! Nada de café! Só de pensar em café me dá calor!!!!!".
O menino, um tanto quanto
sugestionável e indeciso, diz: "é verdade... melhor um copo de suco de
melão". Ah, fala sério. Ele trocou o delicioso sabor de um café bem
passado. Por um suco de melão? Melão tem gosto de que? Existem especialistas no
meu sabor, no meu aroma. Alguém é especialista em melão?”. Nossa, as meninas
murcharam novamente suas asinhas. E eu, bom, eu fiquei ali. Quieto. Esperando
que alguém quisesse dividir seu dia comigo. Voltei das minhas férias super
frustrado. Esperando o outono chegar... Mas, vai chegar e eu sei que vocês vão
voltar!
Sempre seu!
O
Cafezinho!
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